sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mágoa


Que mágoa essa vejo já vincada
Abrigar-se nos teus olhos tão secos
Fui por ela no berço agasalhada,
E brincou entre os meus bonecos…

Da vida esperei sempre o que não dava,
Mas desilusões nunca me venceram
A tristeza, essa, amordaçava
Dizendo adeus aos sonhos que morreram…

Hoje não há fantasmas de outrora
Que assombrem meu sono no presente
Mas fiz uma casa sem alicerces

Casa onde esta mágoa antiga mora
Onde á lareira não ficas quente,
Onde nem na cama adormeces…

Intervenção


Há desculpas que são de dor,
Outras são de se perder...
No sentimento não há calor,
Porque está para morrer.
Da luz se fazem os dias,
A noite faz-se do escuro,
do amor que parte... saudade,
da mentira constrói-se um muro!

Há quem acuse o inocente,
para assim se esconder,
O ataque é a melhor defesa,
mas já está a amanhecer...
E mesmo que não amanheça,
de todo, completamente...
haverá uma estrela ou outra,
Uma centelha no firmamento,
que nos lembrará a verdade
e da vida será fermento...

Onde estão os ideais?
Conspurcados pelo chão,
assolados pelas palavras,
que deles tiraram razão.

Onde estão esses valores,
Defendidos com vigor?
Chacota dos incautos
Caíram em desamor…
Hipocrisia e desdém
Fingindo paixão outrora
Sujo passado recente
queima a vida agora!

E hoje como evitar
O abismo da indiferença?
Não há abrigo na mentira
Nem esperança na descrença.

Seguidores