Um dia sonhei que seria forte,
Um dia fingi que teria sorte...
Mas hoje o ar que respiro magoa
E toda a minha vida enjoa...
Queria comprar um bilhete só de ida
E encontrar-me perdida em lugar nenhum...
Fingir que esta queda é uma descida
e que esta náusea é incomum...
Mas amanha é mais um dia
Em que terei que aqui estar...
Em que a morte o meu corpo guia
Indiferente a andar ou parar...
"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto." Bernardo Soares - Livro do desassossego
sábado, 28 de março de 2015
sábado, 14 de março de 2015
Eu Canto...
Eu canto quem parte
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita
Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece
Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita
Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece
Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora
sexta-feira, 13 de março de 2015
Madrugada
Subi a escada da saudade
No desespero voltei à direita,
No corredor estreito do tempo
Olhei a caminhada já feita
Na sala fria da solidão
Procurei a porta da amizade
Encontrei-a bela e aberta
Sobre a seara da liberdade…
Descanso, parada, não vencida
Com o meu mapa na mão
Que a neve fria do medo
Derreta ao sol deste verão.
Breve, brevemente
Breve, brevemente,
Partem palavras, mudam mundos
Breve, brevemente
O dia nascerá simples e quente
Breve, brevemente
A escolha será encontro
Num pormenor de primavera
Há azul, vermelho, rosa… novamente!
Partem palavras, mudam mundos
Breve, brevemente
O dia nascerá simples e quente
Breve, brevemente
A escolha será encontro
Num pormenor de primavera
Há azul, vermelho, rosa… novamente!
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