A noite veio e envolveu
No seu silêncio o desencanto,
As suas doces vozes sonhadas
Cristal puro do riso e do canto
Então grata por tê-los ouvido,
O seu chilrear no meu coração,
adormeço o terror silencioso
De não haver, para a vida, perdão.
Qualquer olhar que se olhe ao espelho,
Sempre encontrará a sua verdade...
Mesmo que aos demais pense esconder,
Tamanha dor e gratuita maldade.
Por eles aceitei o sofrimento
Que me deixou para além do ser
a minha vida que o vento a leve
Nesta manhã só quero morrer...
"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto." Bernardo Soares - Livro do desassossego
domingo, 4 de junho de 2017
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Comboios de Lisboa
Esta viagem
Que me leva o dia a dia
Numa Lisboa
Que levanta na asa da gaivota
Os comboios que choram
toda a solidão
E a noite vazia
Por detrás desta porta...
Onde estão os sorrisos?
os choros e as vozes?
Onde está a lareira
Que acende a nossa vida...
Tudo se apagou, tudo se finda!
Não há esperança, nem sonho
Apenas os gestos
da inútil despedida.
E uma raiva cega
que seca as lágrimas e a vida.
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